domingo, 29 de abril de 2012

Qual a dificuldade?


Oi. Não sou um espírito. Não sou uma entidade. Sou gente como vocês. Se não acreditam em mim nem em nada do que eu digo, se não creem na minha existência, isso não é problema meu. Eu estou aqui. Porque é tão difícil pra vocês acreditarem, aceitarem que civilizações extraterrestres estiveram aqui e que vocês são nossos descendentes? Todo cientista de vocês nega isso, não acredita. Está tão cheio de sinais por aí e é fato comprovado por antigas civilizações, documentado por povos do passado como os Dogons - ainda hoje existentes - que afirmam ter vindo da estrela Sirius e comprovam isso pelo conhecimento que têm a respeito dela e seu sistema - coisa que só foi comprovada recentemente pela ciência de vocês. 
Como eles sabiam disso? Tudo o que disseram sobre Sirius já foi comprovado pela ciência de vocês. Faltam só algumas coisas que eles disseram e que ainda estão em pesquisas. Nós estamos aqui entre vocês, queiram ou não aceitar isso. Somos como vocês, somos todos iguais. Então porque vocês querem ver coisas monstruosas pra saber que os ETs existem? Somos gente igual. Porque é tão difícil vocês entenderem isso? Espíritos, todos são, encarnados ou não. Somos como o ser humano, temos corpo, alma, sombra. Nós somos como vocês e vocês são como nós. Então, o que há de errado ou assustador nisso? Espero que os olhos de vocês se abram e comecem a olhar as coisas de uma maneira mais consciente. Se prestassem mais atenção às coisas elas não teriam tantas dificuldades para serem entendidas. Vocês acreditem ou não em mim, eu estou aqui. Sou uma igual a vocês e sou uma ET. O que há de errado nisso? Todos os que tentaram falar isso pra vocês foram ridicularizados.
Qual é a de vocês, que sabem a verdade, esconderem isso? As tecnologias atuais de vocês são todas alienígenas, já existem há muito tempo e foram trocadas por vidas humanas para pesquisas. Por que não admitem isso? Porque escondem isso das pessoas? Se pesquisarem textos antigos vocês vão encontrar tudo lá: foguetes, mísseis, celulares, helicópteros, naves espaciais.
E vocês, humanidade, já prestaram atenção a toda pessoa que tentou abrir os olhos de vocês para a realidade das coisas foi morto, virou um mártir? Então pensem... Só fica no poder quem não tem envolvimento com a paz, com a preservação do planeta, com a igualdade entre povos. Teve ideias assim, começou a chamar a atenção dos demais (trazê-los à realidade)? Morre! É proibido pensar, desejar a paz. Por trás dos bonzinhos, existe um carrasco pronto para executá-los. Saiu da linha, desobedeceu, teve ideias contrárias, vira líder: morre. Então, lógico que não é da conta deles esclarecer os contatos que já tiveram, as mortes que já provocaram, capturando o que eles chamam de criaturas, as negociações de trocas. Qual será o motivo de manter os olhos da humanidade fechados para a verdade? 


A realidade? Procurem a resposta e encontrarão os absurdos que aí estão, e vocês nem desconfiam. Muitas pessoas na Terra sabem quem são e de onde vieram, como eu. Agora, adianta dizer? Ninguém acredita. Mas eu ainda acredito no ser humano, em vocês... Por isso, falo, quero acordá-los para a realidade.

Ah, sabe de uma coisa? Vou ver TV.
Beijos.



sábado, 28 de abril de 2012

Alimentação & Animais

Upside Down by Jack Johnson on Grooveshark
Oi. Não fomos hoje. O Naldo tinha prova, ele ligou hoje cedo no meu celular para me avisar e transferimos para amanhã. Então hoje eu li bastante e naveguei um bocado na internet, depois de cuidar da minha família animal. 

Já no final da tarde eu fui até a conveniência buscar o meu jantar, mas voltei de mãos vazias. “Acabou o cheesburger de soja, só tem o de carne bovina ou de frango”, disse o rapaz que está acostumado a me atender no caixa. Agradeci, dei as costas e fui embora, não pedi nada. Então hoje, pela segunda vez, eu comi o meu arroz com ervas amargas, duas horas depois de fazer como minha mãe me ensinou: me alimentei de um pouco de luz, mesmo com essa energia ambiental comprometida que está disponível por aqui hoje em dia. É o que tem e, como não sei quando vai chegar de novo meu hanburger de soja, vou exercitando os ensinamentos da minha gente e me virando como posso. Talvez amanhã eu passe a buscar minha refeição em outro local, vou procurar algum lugar que não falhe com seus clientes.
É claro que eu não vou comer carne bovina, nem de porco, nem de frango. Não vou comer carne nenhuma. Lá em Capella nós já abolimos este hábito há muito, muito tempo, e não me conformo de vocês ainda acharem normal comer a carne de um animal que foi criado exclusivamente para o abate, um animal cujo único propósito é sofrer enquanto vive, para engordar e crescer (entupido de hormônios, antibióticos e de outras químicas) e depois morrer de maneira cruel, em grande sofrimento e com medo, pra servir de alimento pra todo mundo. Alguém pode me explicar como é que isso é considerado a coisa mais normal do mundo? Quase metade da população do planeta vivendo de forma miserável (como os estudiosos, intelectuais de vocês escrevem nos artigos que li na internet e nos livros que os rapazes trazem pra mim: “abaixo da linha da pobreza”). A outra metade da população do planeta comendo demais, comendo errado, morrendo pela boca, se empanturrando de animais mortos, como se carne desse em árvore.
Terráqueos comem bois, porcos, frangos, peixes, cavalos, baleias, alces, cachorros, búfalos, patos, cabras, perus, insetos e vários outros animais de caça. Estão de parabéns: a principal fonte de proteína de vocês vem banhada de adrenalina, de antibióticos, de pesticidas, de hormônios diversos e de energias negativas. Como vocês acham que é um abatedouro? Como vocês acham que o animal se sente ao ser encaminhado para a morte? Por acaso vocês não sabem que este animal já segue em direção ao abate em pânico, em depressão profunda, liberando todas as substâncias que o corpo libera nessas condições? Eu imagino a beleza que é esta carne e o quanto ela faz bem para os seus corpos físicos, os seus corpos sutis e para as suas mentes... 
Mas não, as pessoas só veem aqueles desenhos simpáticos das marcas das embalagens. Estão dominadas tão profundamente que nem percebem como as coisas funcionam. Elas são influenciadas pelos desenhos de bichos simpáticos e sorridentes das marcas das indústrias de alimentos. Todos os bichos sorrindo, dançando, cantando como se fossem voluntários conscientes e dedicados, como se dissessem “pode me comer à vontade, eu estou aqui à sua disposição, feliz por ser seu alimento, você é meu senhor absoluto e eu adoro matar a sua fome!” Então as pessoas vão ao supermercado e encontram esse tipo de coisa estampada nas bandejas de frango e nas embalagens de carne e nem param pra pensar em nada. Bom, não dá pra ficar com pena de quem passa a vida inteira se alimentando de algum bicho sem nunca parar e se perguntar de onde aquilo veio, como chegou ali, como foi feito. Só porque é normal, só porque é assim que se faz, só porque todo mundo faz assim, então pronto, é assim que todos vão fazer também e não vão parar pra refletir sobre alguma alternativa. É isso mesmo que os donos de vocês querem que aconteça, porque após uma vida inteira se alimentando sem parar pra pensar no que vocês estão comendo e bebendo... No dia em que vocês quiserem parar para pensar em alguma coisa, vocês não vão ser capazes de formular nem um pensamento coerente. Não vão chegar à conclusão nenhuma.
A que conclusão pode chegar uma população que come frangos proibidos de dormir? Os frangos não dormem porque nos mega criadouros não apagam as luzes – assim os bichos comem mais e engordam mais rápido, se ganha tempo até estarem ideais para o abate, que também é feito de maneira cruel. Quando as pessoas não comem frangos, comem carne bovina ou de porco, que também muitas vezes são criados o tempo todo em cubículos para jamais caminharem – assim a carne fica mais macia e tenra, mais gorda e “saborosa”. Além disso, os perfumes, cosméticos, remédios, são frequentemente feitos com substâncias de origem animal e extraídas com sofrimento.  


Os terráqueos agem como se fossem a única espécie importante, digna, inteligente e com direitos do planeta. Mamíferos, anfíbios, répteis, aves, peixes, não interessa pra vocês, basta ser fonte de carne, de couro, de pigmentos, de gorduras, ceras, sedas, fluídos, para que esses animais sejam submetidos a procedimentos que causam dor. Então todos esses produtos são vendidos, valorizados, disputados por vocês na forma de perfumes, cosméticos, lubrificantes, velas, medicamentos, pós, hidratantes, tinturas, álcoois, hormônios, óleos, proteínas, lãs, fibras, etc. A morte está em todos os lugares, todos os dias. Mesmo quando certas substâncias são de origem vegetal ou sintética, ainda tem os testes feitos em animais, testes de vacinas, remédios, veículos, radiações. Os animais são expostos a tudo, em nome do “desenvolvimento” de vocês. Até na hora da diversão os animais estão à disposição nos zoológicos, nos circos subindo escadas, mergulhando em bacias, correndo em círculos, ficando em pé, carregando gente nos passeios ou divertindo multidões nos rodeios, nas touradas, nas farras de boi, nas corridas, nas rixas.
Eu já contei aqui que fui trazida para a Terra para servir de fonte de informações para estudos e pesquisas realizadas por nós sobre o estado do Planeta e sobre as condições da humanidade. Eu forneço esse tipo de informação pra Capella também. Vejo, reparo, me informo, leio e emito relatórios constantes para serem enviados com os relatórios que os rapazes da nave fazem também. É claro que nas minhas informações eu também registro a existência dos humanos vegetarianos, dos que se alimentam de produtos orgânicos, dos naturalistas, dos movimentos ecológicos e dos esforços de organizações que lutam pelos direitos dos animais, mas até agora as notícias que eu envio ainda são muito negativas, pois a maioria dos terráqueos ainda não está atenta a nada disso. É muita coisa pra resolver e muita responsabilidade nas mãos de poucos de vocês, bem do jeito que os inimigos de vocês gostam: a maioria dormindo, moscando, correndo atrás de dinheiro e grudada na televisão, sem pensar no que compra, no que usa, no que come, no que veste. Pouca gente disposta a refletir, a experimentar alguma mudança. Mesmo sendo uma ET capeliana, feita para ser muito comedida em relação aos sentimentos, é em noites como esta que a saudade que eu sinto de Capella e da minha família fica grande. Eu sinto muita vontade de ir embora, pois eu vejo que há tanto pra fazer e poucos querem começar a se mexer. Eu sei que até a soja que eu como sempre e que eu não consegui comprar hoje é problemática, pois tem muita soja transgênica rodando por aí e mesmo a soja que não é transgênica está devorando o cerrado e a Amazônia. Não vejo a hora do minha árvore de pomander crescer.
Agora chega de escrever porque eu vou pesquisar um pouco sobre os vegans e sobre o que alguns de vocês já sabem a respeito de alternativas éticas e alimentação natural, pra poder deixar meus envios e relatórios pra Capella um pouco menos decepcionantes.
Tchau!

domingo, 22 de abril de 2012

Conexões (continuação)


Já cheguei lá respondendo à pergunta dele: 
- Vocês foram feitos à semelhança do Criador, só que de um tempo pra cá, tendo sido deixados sozinhos aqui para darem continuidade à espécie e se desenvolverem por vocês mesmos, uma outra raça invadiu no planeta de vocês e foi se infiltrando devagar e expulsando os primeiros puros, manipulando vocês e dominaram tudo. Todo o potencial de vocês ficou de posse deles, porque como o planeta interfere no desenvolvimento desses supersentidos (que é o sentido além do chamado "normal" que vocês têm), exercícios precisavam ser feitos para despertá-los. E eles então tiraram isso do alcance de vocês. Porque o homem desperto e de posse de tudo o que pode, não se escraviza. Então... Quem iria trabalhar pra eles? Quem iria servi-los? No final das contas, poucos humanos ficaram de posse desses aprendizados, ocultaram isso. Eles acham que destruíram tudo, mas isso está bem escondido. 
- E por que esses caras que se apoderaram disso não nos ensinaram? Por que esconderam?
- O próprio ser humano não quer se sujeitar à sua preparação. Ele vive tão absorvido pelas coisas do mundo, que acha que é sacrifício e até perda de tempo isso. Ele mesmo não acredita que pode. De uns tempos pra cá (e até hoje ainda) há muitos mestres por aí apregoando seus ensinamentos secretos, mas são poucos aqueles que realmente podem te dar a orientação certa, te colocar no caminho. Nos dias de hoje não há mais lugar para mentes quietas. O tumulto do mundo, o chamado dele, a escravidão de vocês - levantar, correr pra trabalhar, passar o dia todo atarefado, chegar em  casa morto de cansado e "virar pedra" na cama... No outro dia é a mesma coisa... Cadê a vida de vocês? Tudo isso afastou vocês do caminho porque... Cadê tempo para treinamento? Tudo é segundo plano. O primeiro plano é a escravidão: a obsessão pelo dinheiro e pelos bens materiais ilusórios. 
- Eu não sou assim. Sou um cara naturalista, gosto de ler, como coisas saudáveis, faço exercícios, pratico esportes e deixo a minha mãe berrar mesmo querendo me ocupar só com as coisas dela. Faço exercícios respiratórios, acampamento, luto karatê. O  karatê me ensinou muita coisa. Vivo diferente dos outros caras. Sou ligado nessas coisas de espaço, ETs, naves espaciais, acredito em tudo isso. Quero fazer eletrodinâmica, eletromecânica, eletro-eletrônica... Porque meu sonho é construir um disco, uma nave espacial, sabia? Eu acho lindo. 
- Então. Isso é DNA, está no sangue, está no sangue de muitos de vocês. Muitos têm essa vontade, são apaixonados por espaço, por máquinas, mistérios. Não foi à toa que tu me achastes, estás próximo dos puros, o teu sangue alienígena te impulsiona pro lado certo da vida. E tem outros como tu por aí. A força da raça ainda permanece em você: a vontade de voar, amar a natureza, conhecer o infinito.
- É... Eu olho o céu sempre e digo pras estrelas: um dia vou aí, pertinho de vcs. E isso é forte, sabe? Uma vontade de ir lá pra cima... Nem parece mesmo que eu sou daqui. Não me sinto em casa, não me dou com a minha mãe, com o meu pai, na escola com o pessoal, estou fora de tudo, sou um deslocado, sabe? Não tenho turma, patota, galera, manos, gangue, nada. 
- Eu sei como é.
- Os caras me acham esquisito, dizem até que sou boiola. 
- O que é isso?
- Bicha, viado, baitola... Essas coisas. Mas eu não sou não. 
- Ah, sei. Só não sabia esses nomes. 
- Como tu chamas isso?
- Não chamo. 
- Conta mais aí.. Quer dizer que nós viemos das estrelas, é? Puxa, que legal. Como é lá? Me conta...
- Eu nunca fui lá. Vim pra cá bebê e fui criada aqui na Terra. Foi na adolescência também que eu comecei a olhar o céu e sentir essa vontade de ir lá nas estrelas. Eu sentia uma coisa que eu não sabia o que era. Só depois aprendi que era saudade. Eu sentia saudade, não sabia de quê... Era de casa. Sentia saudades de uma casa que eu não conhecia. Um dia me contaram tudo e eu saí do orfanato onde morava e comecei a minha função na Terra: viver a vida dos humanos pra que eles, através de mim, estudassem os terráqueos e pudessem saber o que deu errado, pra arrumar tudo outra vez. 
- Mas eu não sou ET. A minha mãe filmou o meu nascimento. 
- Todos vocês são ETs, são geração de fora, misturas de raças, só que nascidos na Terra, agora. Gerados aqui. 
- Ahhh, mas eu queria ser ET mesmo, que nem você, que nasceu lá e veio pra cá bebê. ET de verdade. 
- O teu DNA é bem forte. Aliás, muitos meninos na Terra são fascinados pelo espaço, curtem os super heróis, as naves espaciais. Isso é DNA. 
- E ninguém sabe, hein... Garanto que muita gente iria adorar saber disso que estás me contando.
- Sim, nessa idade de vocês (ou bem novos) com certeza... Mas os adultos não acreditam nisso, não aceitam. Depois que eu cresci, ficou difícil conviver com os terráqueos adultos. E olha que eu fui criada no meio de vocês. Sou muito diferente?
- Não, olhando sem prestar atenção, passas desapercebida. Agora, olhando bem...
- É. Sou feia? 
- Não! Você é uma mulher linda, exótica. Um padrão de beleza diferente da Terra. Postura elegante, séria, um olhar forte que incomoda, sei lá, é muito legal. Chama a atenção. 
- É, o pessoal me olha muito quando eu vou comprar o meu jantar. Os caras falam coisas, jogam beijos, me incomodam muito, eu fico torcendo pra não chegarem perto, senão vão se dar mal... Porque não vou deixar tomarem liberdades comigo como fazem com as moças da Terra. 
- Não vais namorar ninguém da Terra?
- Não esses caras. 
- Ah! Claro, não esses abestados. Mas um cara assim, como eu. 
Eu dei rizada. Perguntei a ele: "Que é isso? Está se candidatando, é? Taí o seu lado terráqueo forte. Vou casar com um prometido de Capella, estamos perdendo nossa raça pura. Ele é puro e eu sou mestiça e aí vão dar crianças puras. Lá no laboratório eles cuidam disso." 
- Já conhece ele?
- Não, o meu pai que falou isso agora, quando esteve aqui.
- O seu pai esteve aqui? 
- Pai, mãe e irmãos. 
- Puxa vida... Queria ter conhecido eles. Já pensou? Uma família de ETs? Que outras diferenças tem lá? Tem bichos, tem plantas?
- Tem! Tem frutas, flores, pássaros, borboletas... Que vieram de lá pra cá. Muitos. Outros que restaram são originários daqui. Muitos dos que vieram já estão extintos, como aves como o dodó. Algumas espécies de felinos, caninos e alguns pássaros. 
- E tem cinema, shopping, lojas?
- Lojas, tem. Shopping, não. São lojas de determinados artigos únicos. Móveis, só vende móveis; ferragens e ferramentas, recibos... Não tem supermercado. Toda família tem plantado o que come. Não tem banco, não tem dinheiro, não tem veículos como os daqui. São mimi naves que flutuam. Todo mundo tem uma em cima de casa. Eles não poluem o ambiente. 
- Tudo futurista. Deve ser chato lá... 
- Mas não é, não. É muito bom, tudo. Muito amplo, organizado.
- Tem discoteca, boate, cinema, bar? 
- Tem discoteca, cinema... Boate e bar, não. Só se bebe vinho lá, que faz parte da alimentação. O resto é chá e sucos. 
- Tudo careta, lá. E as diversões, quais são? 
- Leitura...
Ele me interrompeu e disse: E leitura é diversão, ET? Eu gosto de ler, mas não é diversão, é distração. 
- Então você não sabe ler. Tem que sentir, se inteirar, senão fica chato mesmo. Ouvimos música... 
- Música? Tipo "Guerra nas Estrelas"?
- Não. Assim como as daqui. A música é universal. Nosso estilo é mais clássico. Mas eu gosto de jazz, algum rock daqui... Músicas que me agradam.
- Sabes dançar?
- Isso é inquérito, não é mais uma conversa. Gosto de dançar, sim. 
- Vocês dançam que nem robô?
- Eu tenho jeito de robô?!
- És meio durona, assim, reta...
- Eu tenho postura. Isso chama-se postura, elegância, sou comedida. 
- É, eu sei. Isso que tu chamas de postura é calma, segurança, seriedade, altivez, essas coisas.... 
- Você é um garoto inteligente, sabe falar bem.
- Rapaz. Não sou um garoto, sou um rapaz, já. 
- Pois não, seu rapaz.
- Mas... Me conta dos seus pais. Como eles são?
Eu tirei a foto da carteira e mostrei a ele. Ele olhou com atenção e ficou surpreso:
- Nossa, eles são bonitos! Exóticos. Os homens não têm cabelo, é? 
- Não, são carecas. Os pleiadianos que são cabeludos. 
- Você não é careca. Você tem cabelo e a sua mãe também.
- É o ambiente daqui que faz nascer cabelos. A minha mãe é da Terra, eu sou mestiça, metade pleiadiana e metade terráquea. Puxei pra minha mãe, mas até as mulheres de lá são carecas.

Nessa conversa toda, comemos duas bandejinhas de caqui que eu levei quando fui. Sempre tenho bandejas de caquis, figos e uvas na geladeira - comprei uma geladeira, pois o frigobar não dava mais conta.





Levantei e disse que ia embora.  

- Espera aí, ET. Vamos conversar mais...
- Não. Amanhã vamos sair, vou dirigir, preciso dormir.
- Como você dorme?
- Dormindo. Tchau.

Beijos

sábado, 21 de abril de 2012

Conexões

Friends Will Be Friends by Queen on Grooveshark

O Astor voltou. Me trouxe as frutas que eu pedi e minha mãe também me mandou molho de lentilhas para comer com pão - mandou um pote cheio. Já me deliciei com os dois e depois de me fartar fui andar pela cidade. 
Nessas minhas andanças vi o garoto do acampamento que se perdeu lá no mato e foi parar na minha casa. Vi ele saindo do colégio e segui o menino até a casa dele, esperei um pouco e entrei no quarto dele. Ele estava sentado na cama, ouvindo música no fone de ouvido. 
- Oi! 
Ele se virou surpreso, tirou os fones de ouvido:
- ET! Como veio parara aqui? Como saibia onde eu moro? Chegou agora ou já estava aqui?
 Ahhh, os humanos e suas perguntas. 
- Cheguei agora.
- Você me deixou mal lá naquele dia no bosque, hein? Por que fez isso? Custava aparecer pra eles verem que eu não estava mentindo? 
- Não posso aparecer. Ninguém pode me ver, saber de mim, senão vou parar em uma mesa de laboratório sendo cortada pra me estudarem. Podem até me matar. 
Ele me olhando... 
- Entendeu?
- Tá... 
Olhei as máquinas lá na mesa dele, ligadas. Me aproximei e perguntei: "O que é isso?"
- Um computador, e ali um video game. 
Ele me olhava de lá, sentado na cama, e estava confuso, tanto que me perguntou: "ET, você nao sabe o que é um computador?"
- Não. Isso são coisas humanas, nunca vi assim, de perto. É a primeira vez... Eu não saio muito, vou só comprar o meu jantar na conveniência e volto. Fui à primeira vez no shopping um dia desses aí atrás. 
- Primeira vez? Nosssaaaaa!
- ET não vai a shopping. Quer dizer, semana passada eu fui, levei a minha mãe pra fazer comprar pra viajar. 
- Você tem mãe? 
- O que há de tão esquisito em ter mãe?
- Você não é uma ET?
- Mas ET também tem mãe! 
Ele foi lá pra mesa do computador dizendo: "Ah, desculpa, vai. Viajei.Vou ligar o computador pra você ver a internet.
Eu me aproximei e ele puxou a cadeira, pedindo pra eu me sentar. Assim que me ajeitei na cadeira, ele me ensinou a ligar e a operar o computador, me mostrou sites, Facebook e toda a parafernália da internet. Me ensinou a fazer pesquisas, a bater papo com outras pessoas, a enviar Email... E eu arquivando tudo na mente. Gostei bastante. Comei a perguntar o nome dos aparelhos. Ele ia dizendo e eu ia clonando um pra mim. Montei uma mesa igual à dele, com tudo em cima. E adquiri todas a informações de como usar a tecnologia terráquea. Só não coloquei a webcam, porque não posso aparecer online. O resto todo eu assimilei. 
- Gostei, vou comprar um pra mim. - Eu disse.  
- Precisa da internet pra funcionar. Aqui, é via cabo. Pra ti, lá, tu tens que comprar um aparelhinho chamado internet móvel, que eu não tenho pra mostrar. Mas se compra onde vende telefone celular. 
- Como é isso, pode me mostrar?  
Ele mostrou a revista: "Leva lá a revista e mostra que é isso que tu queres. Lá onde vende celular no shopping, tem.
- Vou comprar.
Esse eu tinha que comprar, eu sabia, não podia clonar. Fui pro shopping e saí de lá com um celular e uma internet móvel tipo pendrive. Fui pra casa e já estava tudo lá montado, ligado, só me esperando. Coloquei a internet móvel como a moça me ensinou e entrei no ar. Entrei e logo estava conectada com o mundo - fiz pesquisas.  
Falei com o garoto às dez horas da noite, mais ou menos. Ele tinha me dado o endereço eletrônico dele, entrei e conversamos. Ele escreveu: "Uau, já está no ar?" e eu respondi que não havia entrado nos sites de relacionamento, porque não posso aparecer: "Estou falando só contigo", eu disse a pra ele.  
- Ah, legal! 
- Cara, vou precisar da sua ajuda. 
- Por que, ET?
- Quero encontrar a minha avó, mas não sei andar pela cidade. 
- Tens carro?
Eu fiquei meio indecisa, depois decidi: "Tenho." Eu podia ter qualquer um mesmo... 
- Tens GPS? 
- Não , o que é isso?
- GPS é um navegador de bordo de carro que leva a gente pra qualquer lugar. Tens o endereço?
- Tenho, é em São Paulo. 
- Tens que comprar um GPS e instalar. Aí dá um endereço e ele te leva lá. 
- Rapaz... É mesmo? Quer me ajudar nisso?
- Claro! 
- Te pego que horas amanhã?
- Às dez está bom?
- Tá. Avisa aí na tua casa que tu vais sair, tudo direitinho, hein. Não vai sair sem avisar. 
- Eu sempre falo, fica fria, não saio sem falar com meus pais. Escuta... Não sabia mesmo o que era um computador ou estava tirando sarro de mim?
- Não, eu já tinha visto. Mas... Não funcionando, e nem tinha mexido nele. 
- Mas vocês não sabem tudo?
- As nossas coisas sim, mas a tecnologia terrestre, não. Isso pra nos é primitivo, somos muito mais avançados. Vocês estão nos primeiros passos, isso pra mim é como máquina de escrever é pra ti. Você já viu, sabe que ela existe, mas nunca usou, porque não é da sua época, é passado. Eu também nunca tinha usado um computador igual ao de vocês, porque os nossos nunca foram assim. Talvez no passado tenham sido, eu nunca tive acesso a um, entendeu?
- Entendi. 
- É como o avião, eu já vi, mas não andei nele e nem sei pilotar. Agora, a nave que meu pai me deu, eu sei. 
- Eu sei como é... Eu já tinha visto figuras de ETs nas revistas mas nunca assim, pessoalmente. Ainda mais assim, gente igual a nós.
- Mas somos os ancestrais de vocês. Viemos pra cá juntos com outras raças e o homem é geração da mistura dessas raças. O homem nunca foi originário da Terra. Agora, de uns séculos para cá, sim, eles passaram a se reproduzir, mas antes eram híbridos e híbridos não se reproduzem. Tem que ser geneticamente manipulados e modificados. 
- Nossa, que legal. E todo mundo diz que nós e os primatas temos parentesco... Agora, essa de ter sido manipulado geneticamente, construído, pega bem melhor. E porque nós não temos os mesmos poderes que dizem que os ETs têm? Por que não nos fizeram iguais a vocês? Escuta, ET, essa conversa tá muito boa! Vem pra cá, vem?! Vem conversar aqui.

E eu fui. 

Beijos. 


terça-feira, 17 de abril de 2012

Neutrinos

It's Allright by Pet Shop Boys on Grooveshark

O Astor foi pra Capella levar umas coisas lá. Ah, que vontade de ir também. Mandei pão francês pros meus pais, pois eles gostam e lá eles só comem o pão ázimo. E mandei lanche pros meus dois irmãos - um pacote pra cada um do meu jantar. Na próxima viagem eu vou. Pedi ao Astor pra me trazer pomanders, as frutas que o meu tio me mandou da outra vez, que as minhas já acabaram. Plantei um pezinho aqui na mata e ele está se adaptando, mas está muito pequeno ainda. 
Comentamos lá na nave sobre os absurdos que vocês falam sobre neutrino. Aliás, descoberta recente de vocês. Vocês não o conhecem mesmo. Ele está relacionado com a desintegração - ele evita isso - porque, devido à velocidades altíssimas, a nave ou qualquer outra coisa pode se desintegrar, e a interação dele em relação à gravidade é amplificada e ele evita isso. Eliminando a gravidade, ele se potencializa. Ele é mais veloz que a luz, sua rotação é oposta à da sua velocidade. Ele reduz peso e massa quando em ação e potencializa a velocidade, e a velocidade cósmica não tem limites. O neutrino é usado nas nossas naves espaciais, o que as torna mais velozes que a luz, eliminando o "ano-luz" de vocês. Vocês precisam rever as suas leis da física de e reconsiderar. 

Resolvi o problema do meu cabelo. O corte chanel não ficou bem em mim. Ele fica com as pontas enrolando pra dentro e eu fico com um cabeção...
Resolvi alisar, esticar e desfazer o cabeção. Fiquei no que era. Essa sim sou eu. Bom, como eu não quero nem posso me expor no momento, não vou colocar uma foto minha aqui, mas pelo menos pra dar uma ideia da minha aparência vou colocar essa foto de outra pessoa ET que esteve (ou quem sabe ainda está) na Terra. Dá pra ter uma boa ideia de como eu sou, pois a aparência é bastante semelhante.  
Fiz isso na madrugada. Os rapazes - e meus bichos - estavam achando esquisito, aquilo. Eu sou magra, mas não assim, esquelética, e não tenho um cabeção. O tal do corte de antes não aprovou. Os rapazes, quando eu cheguei lá na nave, disseram: "Nossa, que feia essa cabeça. Ficou com um cabeção de alien." Resolvi então dar um jeito na figura aqui e voltar ao antes. 

Desde que vim morar pra cá, nesse lugar, tenho usado um macacão inteirisso cinza prateado, metálico, de tecido telado, colado no corpo, que me dá mais físico. Só que, quando saio, costumo usar roupas iguais às que todos usam aqui na Terra, porque o macacão chama muito a atenção. Não é uma roupa normal por aqui... 

Subi lá na nave pra perguntar o que achavam do cabelo agora e eles nem me deram tempo pra isso. Eu entrei e eles foram logo dizendo: "Ah, agora sim, a Etnéia voltou." Pronto, foi o suficiente. 
Falei com a minha mãe e irmãos e eles nem sabem desse episódio do cabelo. Eles também usam esse tipo de roupa lá em Capella. O tecido adere no corpo, moldando-o, e quando tiramos o macacão ele se torna uma peça de pano outra vez. Ele se molda desde os pés - não usamos sapatos, os pés são cobertos pelo próprio macacão. Por isso chama a atenção sair assim por aí, então me visto igual aos terráqueos quando saio de casa para estar no meio deles. E com o macacão, saio uma vez ou outra e aí coloco sapatos para disfarçar e não deslizar pelo chão, porque o macacão é movido à energia e desliza. Não precisamos dar 
passos, corremos suspensos três dedos de altura do chão. Com os sapatos, esse campo de força entre o chão e o macacão é eliminado pela borracha do tênis. Mesmo assim o macacão chama a atenção e uso-o mais aqui com os rapazes. Eles também se vestem assim. Agora, quando saem, eles também usam roupas terráqueas. Às vezes vão pra balada de macacão, porque vão dançar, mas o macacão provoca relâmpagos na luz negra, por isso eles não vão em boates de luz negra, vão mais em discotecas e bailes dançantes. Eu fui a uma discoteca uma vez com o pessoal da faculdade, em uma festa de turma. Fui a uma boate de luz negra também e estava de macacão... Resultado: relampejei a noite toda e o pessoal pensava que era efeito do DJ lá no som.

Fui a bares na happy hour com os colegas da faculdade, eu pagava tudo pra eles, porque estudante é duro, não tem dinheiro, e eles adoravam as noitadas. Isso foi só pra matar a minha curiosidade, não frequento casas noturnas, foi só pra conhecer. Rola tudo nesses lugares. Meu pai soube dessas aventuras e falou que essa parte fica por conta dos rapazes, ele não me quer metida nessas coisas, mas ele a minha mãe até hoje vão dançar lá no Nuvem 54, uma boate muito doida pra casais lá em Caciopéia. Agora, eu não posso, tenho que ficar em casa só trabalhando em pesquisas e estudando. É por isso que eu tenho vontade de ir morar lá em Capella, conhecer gente da minha idade. Os rapazes estão na minha faixa de idade, mas eu queria ter amigas, não me sinto só mas gostaria de dividir as coisas com uma companhia da mesma idade e do mesmo sexo. Na faculdade eu conheci poucas moças, morava separada de todos em uma vaga sozinha e sempre andávamos todos juntos em grupos, não tinha conversas particulares. Os rapazes, eu conheço bem, são diferentes no comportamento dos rapazes da Terra. Mas existem aqui na Terra muitos rapazes iguais aos de Capella: responsáveis, trabalhadores, educados, comportados. Poucos, mas existem. 

Na hora em que fui buscar o meu jantar, falei com um cara que está sempre pór lá. Ele veio me perguntar:
- De onde você é?
- De Téia, sou teiaca.
- Onde fica isso?
- Longe, viu. Bem longe. Mas é rápido que se chega lá, pelo buraco de minhoca. Fica ali pro lado das Plêiades. Sou capeliana. Os homens da Terra dizem que precisam de anos luz pra viajar de um lugar pra outro no espaço e jamais quem sair daqui em uma dessas viagens chegar vivo ao local... Não é bem assim. Nós usamos as microondas para as viagens espaciais. A tecnologia é desaceleração, e vocês ainda não conhecem isso. Portanto, estão usando errado. Jamais nós usaríamos as microondas para cozinhar. Assim como a televisão - a televisão destrói o sistema imunológico com suas ondas e, usando da maneira que vocês usam, o tempo todo, faz mal. Nós usamos TV também, mas não assim. Somos conscientes do seus efeitos sobre nós. Essa loucura tecnológica que está aí é que está tirando a realidade de vocês. 
- Está falando sério? Quem é você? 
- Sou uma ET e moro aqui na Terra. E, como eu sou uma capeliana, tem outros que são pleiadianos, sirianos, andromedanos, arcturianos... E os anunakis, que vivem aqui também. 
Ele me olhando, com aquela cara de "o que é isso?" Então eu disse: 
- Não está sonhando, não, amigo. Nós todos estamos bem aqui, junto com vocês na Terra, o tempo todo. E os discos voadores estão aí, invisíveis. Nós não damos show pra chegar, somos discretos. Essas naves por aí que vocês vêem, esses contatos imediatos, são inventados - a maioria. Fazer contato de quê, se já estamos aqui? As naves vão aparecer, sim, se for preciso um dia resgatar vocês. Fora isso, não precisamos aparacer pra ninguém. Já estamos visíveis e aqui, entre vocês, então...

O balcão avisou que meu pedido estava pronto. Fui pegar, e ele me olhando. Passei por ele e disse baixinho:
- E nós estamos muito aborrecidos com vocês por causa do que estão fazendo com a Terra. Tchau. 
Fui pra casa. 

Beijos. 

Fazer as perguntas certas

Whats Going On by Linda Perry on Grooveshark

Aprendi com a minha mãe um novo hábito alimentar: agora tenho o costume de comer uma tigela de arroz com ervas amargas. Eles comem isso lá como primeira refeição - ela não gostou dessa história de eu comer só lanche no jantar. Mas não é lanche, é uma refeição... Agora mudei os hábitos, depois dessa estadia deles aqui. Eles comem isso pela manhã e no resto do dia comem frutas, sucos e luz. Pois é... Na última refeição do dia eles se alimentam de luz, se energizam. A minha mãe me ensinou a fazer isso, só que aqui na Terra, com tanta poluição, fica difícil respirar ou se energizar com energias limpas. Então eu continuo comendo meu jantar de sempre e, pela manhã, como primeira refeição, arroz com ervas amargas. 

Enquanto eu comia, pensava: eu fico muito admirada de ver e ouvir esses cientistas de vocês dizerem que é impossível existir vida inteligente em outro planeta e que, mesmo que existisse, jamais poderiam chegar aqui devido à distância e ao tempo de viagem. Segundo esses cientistas, levariam no mínimo cento e poucos anos para chegar até aqui. A quem chamam de vida inteligente? A vocês? E o que significa inteligência? Essas besteiras que vocês fazem? 



A burrice de vocês começa ao pensarem que são os únicos no universo. Nem vou falar mais nada sobre isso... Parei. A outra besteira que vocês falam é a respeito de velocidade e tempo. Quem falou que é assim? Quem disse que tem medida para isso? Vocês que inventaram contagem de tempo e velocidade de luz e som. Vocês não têm a mínima ideia do que é isso... Quantas coisas vocês já disseram, que depois é comprovado - por vocês mesmos - que está errado, que não é assim? Então, como fica? Não estou desfazendo de ninguém, só quero que pensem e procurem razões para o que dizem e que não falem besteiras. Se vocês ainda são tão primitivos com essas ideias de vocês que não conseguem nem sair da Terra pra lugar nenhum, isso é exatamente por causa das teorias e suposições erradas que fazem das coisas. O dia em que se libertarem desses pensamentos bestas e ideias tacanhas, ganharão asas.

Vocês são sem noção. Se pensassem, encontrariam soluções, saberiam que algo está errado e buscariam o certo. Mas estão todos dominados, dormindo, sendo manipulados e ninguém faz nada. E olha que tem gente tentando desesperadamente acordar vocês para a realidade. Vocês já ouviram falar da H.A.A.R.P.? Ela controla o clima, desperta vulcões, desencadeia terremotos, tsunamis, altera a mente humana - já falamos sobre ela - esse projeto tem levantado suspeitas. Ele seria usado pelo governo oculto para dominar o mundo, irradiando contatos mentais e ordenando às populações a aceitarem o que eles quisessem. Controle da mente. O sistema funciona em frequência ELF, que é exatamente a frequência em que o cérebro humano funciona. Os responsáveis pelo projeto dizem que não, que é um sistema de defesa planetária contra invasores do espaço. "Como assim?", eu pergunto. Não são vocês que vivem dizendo que não há vida inteligente no universo? Então quem vai atacar vocês? Viu como vocês se contradizem? Outros acham que a H.A.A.R.P. é uma arma eletromagnética, e a realidade é que ninguém sabe o que é, nem os que a construíram. Isso pode destruir o mundo de vocês. Não é nenhum pouco seguro. Isso está desestabilizando o planeta, vocês estão se auto destruindo. Não foi à toa que eles - os donos de vocês - colocaram isso nas suas mãos. Não pense que eles lhes dão as coisas de graça... Vocês vivem procurando as coisas lá por cima e está tudo aqui embaixo. O dia em que prestarem atenção nisso, vocês vão descobrir tudo dobre vocês. Tudo está bem aqui na Terra, debaixo do nariz de vocês, na esfinge. O dia que vocês conseguirem abri-la, terão todo o conhecimento das coisas. Ela se abre como uma caixa e vai surpreendê-los. Vocês acham que as pirâmides e a esfinge servem pra que? Qual a função delas? Nunca se perguntaram por que elas estão ali? Então comecem a se perguntar, porque já está na hora. Ainda existem muitas outras pirâmides menores para serem descobertas. Ou melhor, muita coisa. Elas são cápsulas do tempo e trazem informações que até hoje vocês não descobriram. E aí está a verdade sobre a origem de vocês. E corram, antes que eles se apossem disso. 
Beijos. 



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Fogo Cruzado

Left to My Own Devices by Pet Shop Boys on Grooveshark
No final da tarde, comendo banana sentada na minha janela para o mundo, fiquei pensando em como vocês são hostis com os ETs. Mas também, pudera... Tem muitos ataques de ETs contra vocês por aí... Não somos nós. Nós moramos aqui, vocês são gente nossa. Porque iríamos querer atacá-los? Sei que pessoas já morreram com esses ataques, outras ficaram feridas e eu não aprovo nem um pouco isso. Já foram atacados com luzes, raios paralisantes, luz radioativa, feixes de lazer. Já pegaram vocês para tirar sangue, óvulos, fizeram inseminação artificial e até vêm depois e retiram o bebê para acabar de criá-lo lá no planeta deles. E isso tudo é feito com o consentimento dos iguais a vocês. Não tem nada de ETs, é tudo mentira, aprontação dos donos de vocês. Pensem... Se demos gerações a vocês, como podemos querer eliminá-los? 
Vou explicar melhor o que acontece: os que já estão aqui na Terra e vivem aqui o mesmo tempo que nós    (se fingem de amigos de vocês, mas não são) tomaram conta do planeta e escravizaram vocês. Vocês acham que são livres, mas não são, vocês têm senhores. E obedecem. Eles querem ser só eles e vocês para manterem vocês subjugados e sob controle. Então, não permitem que outros venham para cá, para não acordá-los para a realidade, e fazem esse tipo de terror com vocês para intimidá-los. E vocês são tão estúpidos que não percebem que estão servindo de joguete... Tem outros querendo vir pra cá? Tem. E vocês estão no meio dessa briga: os que estão aqui, e os que querem vir. 
De um lado, eles (que já estão aqui) colocam brinquedinhos poderosos nas mãos de vocês e enchem o seu ego de poder, fazendo se sentirem "os próprios" e vocês nem desconfiam que estão sendo usados por eles para se destruírem. Porque eles são assim: saiu do controle, eles exterminam. 
Eles têm que manter os humanos (a "raça inferior do universo", é assim que eles chamam vocês), escravos. Os outros, que querem invadir a Terra e dominar tudo o que já está dominado pelos que estão aqui, colocam tecnologia na mão de vocês e os encantam também com isso, trocando essa tecnologia por vidas humanas para fazerem experiências. Vocês perceberam? O homem está no meio da briga, sendo disputado, e joga dos dois lados, porque quer poder

Essa é a raça humana corrompida, capaz de vender a própria mãe. Do homem puro e da humanidade humana, restam poucos exemplares. Expliquei?
Nós nunca fizxemos isso com vocês. As coisas entre nós e vocês sempre foram muito naturais. A minha mãe não foi abduzida, ela quis casar com meu pai e ir com ele porque gostava dele. Nunca ninguém foi daqui à força pra lá. Foi sempre de livre e espontânea vontade. Eu é que vim para cá sem ninguém me perguntar se eu queria vir... Fui mandada bebezinha ainda, sem poder decidir nada. Então, são esses que estão aqui e que fazem essas coisas com vocês que nós combatemos - e tentamos fazer as coisas sem agressão, mas eles nos atacam. Eles querem tomar o planeta de vocês porque não têm descendência aqui. Então, não obedece, é eliminado. Os que querem vir pra cá à força também querem se apossar de tudo e os que estão aqui impedem isso porque não querem perder o domínio sobre vocês. 
Vocês fazem referência à nós como malvados, dizem que somos mal caráter, que fomos expulsos do nosso planeta, e não é nada disso. Esses não somos nós. Somos da paz. 
A raça que veio quase ao mesmo tempo que nós (chegaram um pouco depois) é que atacou os outros que estavam vindo. Eles querem ser os únicos a explorar aqui, os únicos a ficar fazendo vocês terem atitudes erradas. Nós não exploramos vocês, não destruímos a Terra, que é a nossa casa também. Nós - os pleiadianos - somos gente boa, da paz. 
Agora... Essa outra raça que veio tentou nos expulsar e tivemos que nos esconder, porque éramos poucos, fingindo dar fim às linhagens dos faraós. Foram embora todos os que eram conhecidos, dando fim às dinastias. Outros foram explusos e migraram para a Europa e os que aqui ficaram, ficaram escondidos. Mas nós nunca saímos daqui. Foi difícil para nós, fomos deixados para trás assim, sozinhos e sem família, em vários lugares do mundo - e continua a ser assim até hoje. Tem famílias de ETs na Terra? Agora tem, mas antes éramos isolados: um aqui, outro lá, que foram casando com terráqueos e constituindo família, fazendo tudo para não serem diferentes, para não chamar atenção. Ainda hoje continua sendo usado o método antigo, trazem os bebezinhos e deixam em lugares que sabem que as pessoas vão adotar. É mais seguro fazer assim. Alguns já vêm adultos e se empregam em empresas - temos gente em todo lugar - tão bem disfarçados que eles não nos encontram. Mas nós sabemos onde cada um deles está. Quando algum de nós começa a chamar a atenção por algum motivo, os outros nossos aparecem logo para ajudar. Foi o meu caso. O disco voador me pegou e me levou para bem longe da confusão da faculdade, me tirou de circulação e estou fora do circuito até hoje, morando isolada, escondida. Nada pode me achar, me detectar, a não ser que eu queira me mostrar, aparecer. Estou na Terra, mas fora do alcance de vocês. O disco voador está o tempo todo aqui em cima de casa, mas ninguém vê - ele fica invisível. 

Porque nós nos escondemos de vocês? Vocês acreditam em ETs? Não. E ainda mais tão parecidos com vocês, gente como vocês. Vocês não querem ver gente igual a vocês, querem ver aberrações, coisas monstruosas para poder acreditar que os ETs existem. Nós não somos assim, somos gente normal e essa aparência vocês herdaram de nós, dos pleiadianos, e de outros tipos humanos que pra cá vieram e se misturaram. Mas para vocês acreditarem em ET, só se for coisa nunca vista. São eles que colocam isso na cabeça de vocês para assustá-los. São eles que fazem vocês acreditarem que os ETs são maus e os instigam a combatê-los. Eles é que não são gente. Aparentam ser e ficam colocando essas aberrações por aí dizendo que são ETs que querem exterminar vocês, colocando vocês contra nós. Mais uma vez eu digo: vocês são iguais a nós, são nossos descendentes e jamais faríamos mal a vocês. Pelo contrário. Sabe de uma coisa? Eu vou dormir. 
Beijos.   

terça-feira, 10 de abril de 2012

O peso da saudade

Minha família foi embora... Só saudades. Ninguém é nada sem família. Apesar deles nunca estarem comigo como estiveram agora, foi como se sempre estivessem aqui. Me criei longe deles, mas agora foi tão próximo, como se eu tivesse me criado em casa.
É muito bom ter uma mãe para cuidar de você à noite e fazer uma comidinha quente e gostosa, lhe dar xarope na tosse, segurar na sua mão quando você está com medo, se orgulhar de qualquer besteira que você faz, como se isso fosse a coisa mais espetacular do mundo. Não tem filho mais bonito que o dela, mesmo que você seja o mais feio da turma. De tudo o que você faz, ela se orgulha... Isso são palavras do meu irmão Etelzinho, me contando o que é ser mãe. Perguntei a ele o que era ser mãe e, nos seus 5 anos, ele me deu essa posição.
Foi muito bom eles estarem aqui. Nós somos muito comedidos a respeito de sentimento, mas eu desenvolvi em mim sentimentos muito fortes. Não que lá sejam insensíveis, não. Somos controlados (os sentimentos tiram a razão e nos dominam), nós não nos deixamos levar por eles. Agora, eu estou sentindo saudades: falta.
A minha família biológica foi embora, mas a minha família animal está aqui. Quando eu cheguei em casa – eu estava passeando na mata, pois a mata me acalma – o Canjica e o Cosmos estavam deitados juntos, no batente da janela, dormindo ao sol da tarde.  Eles já são grandes amigos. Já eram quatro horas e saí para comprar o meu jantar e o Canjica veio atrás de mim. Ele é assim, quando eu levanto ele já começa a me seguir: vou para a janela e ele vai também, Desço para andar na mata, e ele vai junto. Hoje que ele não foi, preferiu ficar com o gato, que ainda é novidade pra ele. Mas quando eu saí para comprar o meu jantar ele foi também. Minha sombra agora é um gato... Todo mundo pela rua parava para nos ver passar. Eu na frente, o galo atrás, correndo, me acompanhando. Na lanchonete foi rizada geral quando entramos. Fui ao balcão e ele voou para o banco. O cara brincou com ele perguntando “vai beber o que?”. Comprei o jantar e sentei pra esperar fazerem o pedido, matando o tempo tomando uma água de coco, lá na mesa. Eu em uma cadeira e o Canjica em outra. Os cliente riam dele. Quando o pedido ficou pronto, peguei o pacote e saí e ele ficou lá, sentado na cadeira olhando a TV. Chamei lá da porta: “Canjica!”. Rizada geral do nome. “Vai ficar aí?”, perguntei, e ele veio. Alguém disse: “Ela fala com o galo e ele entende...”.
Voltamos para casa e tivemos que correr por causa da chuva. Peguei ele no colo, corri e subi. Aproveitando que já estava molhada, cortei o cabelo, tomei um banho e fui jantar. Fiquei com uma aparência meio esquisita depois do corte de cabelo.
A chuva estava bastante forte. Os dois estavam lá na janela olhando a chuva.  Fui sentar lá com eles também - gosto de fazer isso. Estava claro ainda ao entardecer. Agora somos oito na família: o gato, o carcará, a coruja, o galo, os 3 passarinhos e eu. Sentados, os três na janela, aproveitávamos a chuva e o anoitecer. Estava esfriando bastante, ficando nublado. Fui vestir o meu moletom de capote e fechar as janelas laterais, coisa que eu nunca fazia, mas a chuva estava entrando, respingando tudo pra dentro da casa, molhando - então foi preciso fechá-las. A coruja já estava lá no oco da árvore, dormindo, o carcará no galho dele e, no chão, um rolo de gato e galo, pois foram se deitar, juntos. Tudo certo eu fui ouvir um pouco de rádio, enrolada no edredom. O verão em São Paulo é época de chuvas fortes, mas não e frio e estava esfriando bastante. Saí com chuva da costa da Califórnia, cheguei aqui com chuva e só tem chovido.
Entrei em contato com os rapazes do disco voador e eles já estavam recolhidos também. Eu queria falar com o pessoal lá em casa, mas não deu, pois quem faz a conexão são eles. Então fiquei olhando a foto deles, pensando no Etelzinho. O nome dele é Etel e ele bem que podia vir morar aqui: a minha mãe, o Etelzinho e meu pai. Só então me dei conta que eu não sabia no nome do meu pai... Que falta! Também, eu nem conhecia eles... Os rapazes do disco que me disseram o nome dos meninos, meus irmãos, e o da minha mãe eu já sabia, não sei explicar porque.
Uma luz forte passou pela janela e ouvi vozes. Uma nave espacial menor veio trazer material para o disco voador e levar as pesquisas para Capella. Eles sempre fazem isso e aproveitam as noites assim, chuvosas ou sem lua, para navegar por aí. As pessoas deitam mais cedo nessas noites assim. Depois, se elas veem alguma coisa e contam pra alguém, ninguém acredita mesmo que viram um disco voador, porque quem vê essas coisas é tachado de criatura doida. Por isso as pessoas se calam quando presenciam algo assim.
Meu pai me falou que as coisas estão muito sérias entre ETs e humanos, e nós estamos em desvantagem, porque os humanos se aliaram aos nossos inimigos e eles colocaram na mão dos homens tecnologia capaz de causar um desastre nuclear, que atingirá todos os mais próximos e causará danos no universo, abalando todos os sistemas. O homem é um ser ambicioso, ele enche os olhos com qualquer coisa, sem atinar para o perigo, não mede as consequências. Sua sede de poder é tanta que ele nem nota que, em vez de progredir, está se destruindo. Agora ele está brincando com o clima, fazendo nuvens que gritam, colorindo o céu, provocando tornados... 
Está se sentindo um deus, controlando e manipulando as forças da natureza. É isso mesmo que os que fingem ser seus amigos (e lhes dá esses conhecimentos) querem: que você destruam tudo. E nós, mais uma vez, estamos aqui para salvar os que estão fora disso. 
  
E eles estão seguros, dando risada, enquanto vocês se destroem. E o homem, que se diz o inteligente do planeta, nem nota que está sendo manipulado. Ele se acha o dono absoluto da Terra... Não sabem que só moram aqui, que isso aqui não lhes pertence.

Desliguei o rádio e fui dormir.

Beijos. 

domingo, 1 de abril de 2012

Vigiar

Heart Of Glass [Original 12"] by Blondie on Grooveshark
Vocês vivem muito fora da realidade. Não fazem ideia, não imaginam o que acontece pelo mundo. Não sabem o que existe por aí, e quando alguém conta, pensam que é imaginação.
Como já falei, o ambiente do planeta inibe os súper sentidos de vocês. Por isso foram deixados os ensinamentos e exercícios para desenvolvê-los e coloca-los em ação. Esses ensinamentos foram ocultados por interesses de alguns poucos que, tendo desenvolvido esses “poderes” passaram a ser adorados por vocês e se tornaram praticamente deuses. Qualquer um é capaz de ver através das coisas, ouvir além dos sons imperceptíveis, manipular as coisas sem por as mãos nelas, curar, fazer e acontecer. Mas tudo isso ficou adormecido. Agora esses chamados “poderes” (que nada mais são do que a capacidade de cada um adormecida) estão voltando em seres melhorados, já com eles abertos e acessíveis, que estão chegando à Terra. Esses seres, essas pessoas, estão nascendo aqui: são os chamados índigos e cristais. Alguns até já estão se destacando entre vocês, estão assombrando os mais próximos e caindo na rede mundial da internet.













O mundo está ficando pequeno... Ele agora cabe na tela de um computador e na ponta dos seus dedos. Há bem pouco tempo isso era difícil de imaginar. Hoje é real e ninguém se questiona. Mas existem os atentos, muitas pessoas andam preocupadas com os sons que ouvem nos lugares mais afastados da cidade ou no silêncio da noite. São nuvens que gritam, sons das matas e sons que ecoam mesmo nas cidades, em pleno burburinho do dia. E não esqueçam que nós estamos viajando pelo espaço e que o universo é um mar de sons.


Há também o projeto H.A.A.R.P., que usa o som para fazer as coisas acontecerem. Muitas pessoas afirmam ter ouvido sons estranhos no ar e sinais no céu antes de terremotos, tsunamis, tornados, furacões, assim como estranhos sinais em nossas nuvens e fenômenos parecidos com a aurora boreal, em vários lugares do mundo. Tudo isso eles atribuem à H.A.A.R.P. É ela que causa esses fenômenos, interferindo no clima de maneira perigosa. Desastres assim já aconteceram aí pelo espaço e eles foram barrados e agora eles estão aplicando isso aqui em vocês, com o intuito de dominar a população do planeta - que saiu de controle. Existem muitas coisas escondidas pelo mundo que vocês nem desconfiam. Fiquem espertos e prestem atenção nas coisas que estão acontecendo por aí, não achem que é imaginação nem que as pessoas estão vendo coisas. Procurem saber, se informem, discutam a respeito com os amigos, comentem com os conhecidos e não se importem se eles rirem de vocês. Fiquem espertos, não durmam no ponto, a vigília é a segurança, a salvação. Vigie.

Beijos

Nós vivemos o que é, o que já foi e o que será, agora. Tudo ao mesmo tempo. 

Família

Família by Titãs on Grooveshark
Hoje eu tive uma surpresa e tanto. Quando acordei, o disco voador estava me esperando. Atagildo me deu bom dia e, quando eu perguntei a ele o que estava havendo, ele simplesmente disse que era pra eu tomar o meu café. Já pensando que iriam anunciar uma nova mudança, perguntei:

- O que é? Vou viajar de novo?
- Não – ele me respondeu. – Hoje é só uma visita.
Tomei uma xícara de café e saímos. Eles me deixaram em uma clareira e o Atagildo me orientou a caminhar até uma casa que podíamos avistar logo adiante, pois havia pessoas esperando por mim. Caminhei até lá e, que surpresa! Minha mãe, o meu irmãozinho, o meu pai! Abracei os três, fiquei com meu irmãozinho no colo, o Etelzino.
- Vim trazê-los para ficarem uns tempos com você aqui – disse meu pai. – Eles estão de férias da escola. O Etelino deve estar chegando por aí, ainda não tinha voltado de excursão. Eu os trouxe logo pra ficarem com você porque eu preciso voltar.
- Não vai ficar nem um dia aqui, pai?... – Perguntei a ele.
- Só o de hoje, vou ao anoitecer. É o tempo do Etel chegar, por isso vim logo para passar o dia com você...
Ele me puxou pra claridade.
- Deixe eu te olhar, filha... Você está bonita - disse, olhando pra mim com atenção. Minha mãe completou: “Está, sim. Está bem humana... De aparência, maneiras, tudo...”.
- Ela é como você - disse meu pai para minha mãe.
- Vocês estão ótimos... – Eu disse aos três. – E esse aqui é um garotinho terráqueo. Você trouxe os seus brinquedos?
Ele fez que sim com a cabeça, e eu completei: “Nós vamos comprar mais, eu vou lhe ensinar a andar de bicicleta, jogar bola...” Apertei o botão do macacãzinho dele e o Atanásio respondeu imediatamente, lá da nave: “Pode falar...
- Quero bicicletas. Uma pra cada um, menos pro pai e pra mim. Eu já tenho a minha e o pai vai voltar...” – disse ao Atagildo pelo comunicador do Etelzino. A resposta não demorou nem dois segundos: “Positivo.” Desliguei.
Perguntei aos meus pais se eles não iriam trocar de roupas e meu pai contou que roupas adequadas estavam a caminho, sendo providenciadas pelo Astor. Eram necessárias, pois meu pai disse que queriam conhecer o shopping. Mandou trazer um carro e me perguntou se eu sabia chegar até lá. Eu disse a ele que sabia.
Meu tio, irmão do meu pai, que mora nas Plêiades (ele mora lá com um tio dele) mandou pra mim uma fruta nossa que é parecida com o melão de vocês, só que pequena. É uma delícia. Come-se tudo da fruta: casca, sementes, polpa. É muito suculenta, come-se e bebe-se ao mesmo tempo, uma refeição completa, pois contém vitaminas e minerais. Basta comer metade dela que você já está alimentado. Vocês irão conhecê-la, um de vocês irá desenvolver estudos e chegará a ela. Ele saberá onde encontrar as sementes, porque elas já estão aqui em estado selvagem e este terráqueo irá aperfeiçoá-la ao meio. Talvez essa adaptação ao meio seja necessária para que a fruta não faça nenhum mal a vocês. Em qualquer jardim pode-se cultivá-la, é um pequeno arbusto e dá frutos o ano inteiro – o pé está sempre carregado. Quando a fome apertar no mundo e a Terra produzir menos do que o necessário, essa fruta será a solução. No planalto central, onde foi construída Brasília, tinham muitos arbustos dessa fruta e ela existe em alguns outros lugares do mundo e são plantadas pelos ETs para que as naves que passam por aqui se abasteçam, quando necessário. Por isso se vê tantas naves na zona de mata. Um brasileiro irá descobrir essa planta e é por esse motivo que dizem por aí que o Brasil irá abastecer o mundo, matar a fome do planeta. Isso já está na cabeça dele e já recebeu as instruções de como adaptá-la a vocês. No momento certo ele contará a maravilha que descobriu.
Enquanto esperava o Etelino (meu irmão de 14 anos) chegar, meu pai foi lá na nave com os rapazes. Meu irmão chegou meia hora depois, quase junto com o carro e com as roupas. Saímos todos assim que eles ficaram prontos e passeamos pelo shopping o resto da manhã. Na hora do almoço eu comprei um cheese com batatas, salada e maçã para cada um e comemos lá mesmo. Depois demos mais umas voltas e meu pai comprou umas redes pra levar (redes de dormir), além de outras coisas. Eu gostei da ideia da rede e comprei uma pra mim também, lá pro meu sótão. Mais tarde tomamos uma rodada de café com tortinhas (eles adoraram) e viemos pra casa, eu trazendo os sanduíches para o jantar e minhas tortas. 
Chegamos cedo, guardei tudo na geladeira e eles foram dormir, pois estavam cansados. Aproveitei o descanso deles pra dar uma olhada no meu sótão. Passei a tarde lá, molhei as plantas da janela, coloquei comida pro gato, sementes para os passarinhos.  Coloquei uma porta no lugar da que eu tinha tirado, pra proteger mais do frio, e fiz uma abertura embaixo pro gato entrar e sair. Montei a rede e fiquei um pouco me embalando. Tomei um suco, peguei também algumas roupas e voltei levando o livro que o garoto me deu e eu já estava lendo. Ainda estavam dormindo quando cheguei e aproveitei para ler um pouco. Minha mãe foi a primeira a acordar e veio sentar perto de mim. Eu fechei o livro. Eram sete horas, no horário de verão.
- O pai não podia ficar nem uma semana? – perguntei.
- Uma semana nós é que vamos ficar...
- Só uma semana? Por que?
- Os meninos não estão preparados para a atmosfera daqui, são muito novos ainda...
- Ah, sei.
- E você, minha filha? Como está?
- Bem... Eu estou muito só...
- Arrume amigos.
- Não dá certo, mãe. Os terráqueos são muito complicados.
Meu pai veio lá da nave: “Bem, já vou indo”, disse. Eu perguntei a ele se não ficaria para o jantar e ele respondeu que não dava tempo.
- Então leve, pai. Trouxe jantar e tortinhas para todos, cada um tem o seu pacote no frigobar. É pegar e comer...
- Eu quero... Mas o que eu queria mesmo era outro café daqueles que tomamos no shopping.
Vou providenciar”, eu disse. E providenciei mesmo. Fui, voltei com o café e trouxe um sanduíche quentinho pra ele levar, com um copão de café pra ele e para os outros. Ele foi todo sorridente. Dei a ele também uma máquina de café expresso e uns potes de café. Depois ensinei a ele como usar a máquina. Além disso, ele levou uma caixa com 24 litros de leite longa vida, 12 potes de café expresso (sabores variados), duas canecas de vidro para tomar café e 5 pacotes de açúcar mascavo de 1 quilo. Ele ficou muito feliz com os presentes... Prometi mandar outro tanto igual quando minha mãe fosse embora e disse a ele que quando ele precisasse de mais alguma coisa, bastava pedir. Ele foi carregado de coisas.
No jantar, cada um pegou seu pacote e aqueceu. Comemos juntos, conversando e depois fomos assistir televisão. Um pouco mais tarde os meninos dormiram e eu e minha mãe fomos conversar no terraço. Ela me trouxe um quadro, pintado por ela, que eu guardei para levar lá pro meu sótão.
- Mãe... Por que vocês não vêm morar pra cá?
- Não dá...
- Os meninos cresceriam aqui, ainda dá tempo de eles se acostumarem... São tão humanos...
- Sei pai não quer. Lá, ele é o responsável pelas rotas e vive muito envolvido com isso. Foi difícil convencê-lo a vir nos deixar aqui. Ele queria nos mandar pra cá, não queria vir, só veio porque o Etel tinha que resolver umas coisas na escola e só podia vir depois.
- É uma pena...
- E a sua casa? Quem ficou lá?...
- Ninguém, mas está tudo bem lá...
- É, filha... Às vezes a vida faz dessas coisas com a gente... Não vê o meu caso? Tive que abandonar a minha família daqui e ir pra lá com o seu pai... Eu também não tinha ninguém lá.
- Tinha sim. Tinha ele.
Ela suspirou.
- Mãe... Você tem vontade de rever os seus?
- Não, isso é impossível...
- Por que, mãe?
- Fui dada como morta... Tive um enterro simbólico e tudo...
- Mas você sabe o endereço da vovó, não sabe?
Ela ficou calada, olhando lá pra fora.
- Me dá o endereço dela, mãe. Ela mora aqui em São Paulo, não mora?
Ela permaneceu calada.
- Mãe!
Só então ela olhou pra mim.
- Pra que, Etnéia?
Quero conhecer minha avó, meu avô. Eu vivo muito só aqui, mãe”, respondi.  Ela se calou novamente. “Você vai me dar o endereço, mãe?
- Não.
Eu me levantei e saí. Fui dormir chateada e passei o resto dos dias chateada com isso. Durante esses dias, levei os meninos na mata, eles tomaram banho de rio, jogaram bola com os rapazes da nave e eu e minha mãe passeamos tudo por ali.
Quando foram embora, ela me deixou um papel com o endereço. Vou procurá-los.
Beijos